2011-08-30

Curar a sinusite. Pepinos de S. Gregório

Pepinos de S. Gregório

Ecballium elaterium (L.)



Comecemos pelo princípio:

Há cerca de 20 anos, ou mais, encontrei uma mulher de aspecto modesto, a vender um fruto verde, pequeno, meio oval, em frente á igreja de Benfica (em Lisboa).

Perguntei o que era e para que servia:

- “São “pepino de S. Gregório” e servem para curar a sinusite”.

Sinusite é coisa que eu tenho desde jovem, por isso interessei-me. O preço era irrisório, valia a pena.

Perguntei como se usava

- “Põe-se em álcool e depois “pinga-se” no nariz”.

Comprei os “pepinos”, coloquei em álcool e usei no nariz algumas vezes, esporadicamente, sem convicção (devida à escassez e imprecisão da informação); por isso nunca curei a sinusite (nem a rinite) que cá continuam...

Depois deparei-me com os pepinos de S.Gregório em várias ocasiões, quer no meio da cidade, num qualquer passeio com falhas de pavimento, quer em terrenos não submergidos pela “tirania do betão”... num qualquer recanto “sobrante”.

Entretanto ouvi a história dos frutos, quando maduros, rebentarem ao mais pequeno toque, espirrando o seu líquido caústico (e as sementes, certamente) para cima de qualquer distraído, líquido esse que provoca irritação e, em casos extremos, queimadura...

Quando me (re) contaram essa “história” veio-me, dum qualquer recanto da minha memória longínqua, a ideia de que já os conhecia, desde pequena, de ter ouvido aquela história antes...

A planta e algumas das suas características



O pepino de s. Gregório é uma cucurbitáceas, ou seja, da mesma família do Melão de S. Caetano (Momordica charantia L.) e da abóbora (Cucurbita maxima Duch)... por exemplo.

Entre nós também responde pelos nomes populares de “Pepino-do-diabo” e “Pepino-bravo”.



É uma planta erbácea, com as folhas e os frutos verdes. Os frutos, quando muito maduros (prestes a explodirem) ganham cor amarelada.


A Flor dos "Pepinos de S.Gregório" -  Ecballium elaterium (L.)


Dizem que é trepadeira (como o melão-de-são-caetano), mas eu nunca a vi trepar... bem pelo contrário, ou, se vi, já não me lembro... mas já vi uma dessas plantas com o tamanho dum pequeno arbusto. Por aqui cresce quase rasteira, como tantas outras, devido ao facto de serem TODAS cortadas, frequentemente, pelos serviços da Câmara (Perfeitura),



Uma pesquisa na NET, pelo nome científico, mostra que existem, em Inglês, muitos estudos farmacológicos e bioquímicos relativamenmte a esta planta e seus constituintes, pelo que a sua utilidade não se resumirá, certamente, á cura da sinusite... já lá vamos a essa parte.



Pormenor da folha dos Pepinos de S. Gregório.


Diz-se deles que:

Usos na Medicina Popular


O fruto é referido como usado para as dores (por exemplo dores reumáticas). Coloca-se o fruto (“pepino”) ainda imaturo, ou seja antes de libertar as sementes, dentro de um frasco com álcool onde fica guardado a macerar. Quando a pessoa tem dores usa então esse álcool para fazer fricções na zona das dores.

Referido que este preparado dura muito anos sem se estragar.



Há quem, em vez de álcool, para a maceração, use aguardente de medronho ou de figo.

2 - Esse líquido que os pepinos espirram, quando aplicado, "APENAS" uma gota, em cada narina, é remédio santo para tratar a sinusite.

Ao usá-lo, tome os seguintes cuidados:

- Esprema cuidadosamente os frutos para o frasco conta gotas e prepare um copo com água. Em seguida coloque algumas gotas na mucosa das narinas.

Se algum liquido escapar para a garganta, deve pegar imediatamente o copo de água e gargarejar para evitar irritação.

Prepare também de imediato o seu lenço para limpar o nariz, pois este irá desentupir muito rapidamente.


Mas, cuidado ... é mesmo APENAS uma gota. E convem fazer o tratamento durante o fim de semana, corre o risco de ficar um dia ou dois com "incontinencia nasal", mas depois... enfim o alívio!!!!!


Também há quem ache que:

- Tem usos medicinais, mas é de evitar pois pode ser letal. A sua dosagem varia muito - ela é mais tóxica no Verão. Os seus frutos, semelhantes a um pepino com pelos, ejectam um líquido caústico e irritante.

- "Pepino de S. Gregório" ou Ecballium elatrium (nome científico). Tem uso medicinal, mas trata-se de uma planta venenosa e uma sobredosagem pode provocar a morte. Pode ser usada para o reumatismo, coração, e tem um fortíssimo poder purgativo. Também é usada para a sinusite e possui capacidades abortivas.




Testemunhos:

- Esta planta milagrosa foi-me recomendada há cerca de 15 anos, e desde essa altura não mais tive problemas com a sinusite. Passei momentos terriveis, mas felizmente tudo já não passa de uma recordação. Recomendo a sua utilização sempre que se fala do assunto.

- Este pepino foi uma boa coisa que me aconteceu depois de ter sido operado à sinusite e passado um mês estava de novo a cortisona, antibióticos outro para as dores era um completo desespero até que alguém me recomendou e me disse onde apanhar os pepinos na Nazaré, foi um alivio nunca mais tive problemas graves com a sinusite. A planta tenho-a em vasos e estou a colocar os pepinos em alcool para fazer esfregaços para as dores.



O MEU TESTEMUNHO:

Depois destas pesquisas também eu teria de “experimenrtar”, viso que a rinite não me dá “descanso”.

Fui em busca do fruto (que já tinha fotografado), mas não havia: os 2 daquele pé já tinham “explodido” e caído... e o outro pé também não tinha frutos... havia apenas uma flor (uma promessa de fruto para mais tarde) e um fruto em meio crescimento. Foi esse mesmo que apanhei.

Espremi, segurando-o com um guardanapo, convencida de que o líquido sairia pelo lado da flor. Afinal saiu pelo lado do caule (do pé) e ficou no guardanapo...

Virei o pepino e continuei a espremer. Mas como me pareceu que era pequena a quantidade de líquido que restava, recolhi-o directamente com o conta gotas. Ainda juntei um “níquinho” de água para obter as 2 gotas necessárias...

Pinguei uma em cada narina e o efeito foi imediato: sintoma de constipação e rinite... que se estendiam até  à garganta. Esse efeito durou pouco mais de 24 horas... e depois o alívio (da rinite) porque sinusite, pelos vistos, não tenho: não houve descarga.

Portanto, recomendo!

Pena que não haja estudos que permitam saber do efeito noutros tipos de afecções... Se alguém souber, informe, POR FAVOR.




Outras usos, potenciais, desta planta:



Entre nós, aqui em Portugal (e julgo que também no Brasil), é uma planta totalmente desprezada, uma “erva daninha”, a evitar, até porque é tóxica e expele um líquido que provoca “urticária”. Exceptuam-se destes “conceitos”, algumas pessoas que a conhecem e a usam, devido às suas virtudes, inexcedíveis, como planta medicinal. Mas não é assim em toda a parte, felizmente, como se pode concluir dos excertos que se seguem, retirados do relatório duma pesquisa, publicado na NET, pela Universidade de Malta, no que parece ser uma compilação de estudos e conclusões relativos á planta, que pode encontrar AQUI:



Transcrição (traduzida):

Potencialidades da resistência de “Ecballium elaterium (L.) A. Rich” a Pragas e outras doenças



Os Pepinos de s. Gregório - Ecballium elaterium (L.) A. Rich., são (des)considerados como uma planta menor, sem interesse agrícola, comercial, alimentar ou medicinal, da família das Cucurbitaceae. No entanto, as suas virtudes medicinais e a sua resistência a pragas e doenças, fizeram desta planta um candidato apropriado para melhorar a qualidade das culturas doutras espécies de cucurbitáceas.

Por esse motivo, foram realizados estudos (ensaios) de cultivo, destinados a avaliar o crescimento da planta e a variação do conteúdo em cucurbitacinas no tecido vegetal com o crescimento e a mudança das estações do Ano ...

A partir deste estudo, pode-se concluir que a produção de elaterium e particularmente cucurbitacinas atinge um pico durante o crescimento activo da planta nos meses de verão, que coincide com o crescimento activo e frutificação de várias cucurbitáceas.

Conclui-se que a Ecballium elaterium (Pepinos de S. Gregório) pode ser cultivada juntamente com as cucurbitáceas comestíveis, a fim de protegê-las de diversas doenças ou pragas.

Os solos para o cultivo de Ecballium elaterium (L.) A. Rich
Ecballium elaterium (L.) A. Rich. (Cucurbitaceae), is a wild Mediterranean medicinal plant which has been described to thrive in drastic environmental conditions. (Cucurbitaceae), é uma planta medicinal, selvagem, nativa da orla do mar Mediterrâneo, descrita como capaz de prosperar em condições ambientais drásticas. In one study, it has been described to be frost-tolerant as compared to other wild species of the Cucurbitaceae family (4). Um estudo sobre ela descreve-a como sendo mais tolerante e resistente a geada, em comparação com outras espécies silvestres da família Cucurbitaceae (4).
O presente estudo foi conduzido com plantas de “E. elaterium” selvagens colhidas em Malta (Central do Mar Mediterrâneo), e usaram-se vários tipos de solo, a fim de determinar as condições do solo ideal para o crescimento desta espécie resistente a doenças silvestres ...

A partir dos resultados obtidos, concluiu-se que E. elaterium cresce em solos calcário (53,86-83,31%) livres de salinidade ou ligeiramente salinos (0,497-2,807 ppm), com um pH elevado (8,08-8,65) e teor de matéria orgânica variável (0,54-3,83%). Este estudo consolida a capacidade de adaptação de E. elaterium aos solos alcalinos e calcário.

Nota: portanto, para quem tem a planta em vaso, fica a recomendação: solos calcários

Os potenciais usos farmacológicos do Ecballium elaterium (L.) A. Rich

Cucurbitacina E (CuE), como outras cucurbitacinas, é um potencial agente anti-neoplásico (anti cancer). O objectivo do presente estudo foi investigar os efeitos in vitro de CuE em fitohemaglutinina (PHA)-activado e em linfócitos não estimulados. CuE não produziu efeitos citotóxicos significativos nos dois modelos. Pelo contrário, teve um efeito estimulante, e demonstrou ter capacidade para induzir e manter as taxas de alta proliferação de linfócitos.  O efeito estimulante do CuE foi dependente da concentração com uma estimulação mediana à concentração (SC 50) de 1,166 µM e atingindo efeito máximo na concentração de 10-20 µM. mM. O efeito estimulante do CuE foi cerca de 25% menor do que o de PHA, mas uma combinação de Cue e PHA h revela um efeito aditivo produzindo uma resposta superior à do conjunto das duas substâncias utilizadas separadamente.  Eletroforese em gel de agarose para a fragmentação de DNA não conseguiu demonstrar qualquer actividade significativa de apoptose nas células após 48  h exposição ao CuE.
Fim de transcrição/tradução.

Assim, aquela humilde e desprezada plantinha, "perigosa", temida... e condenada ao extermínio, quase ganha  "estatuto" de "estrela"...



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APELO!
Participação Cívica e Direitos Fundamentais:
-- Petição Para Valoração da Abstenção
--- Assine a petição AQUI, ou AQUI ou AQUI, ou AQUI, ou AQUI
(Nota: Alguns dos sites "linkados" começaram por boicotar a petição impedindo as pessoas de assinar e, mais recentemente, suprimiram a página com as assinaturas. Apenas "Gopetition" se mantém acessível sempre)
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-- Denúncia de Agressão Policial
--- Com actualizações AQUI e AQUI
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-- Petição contra os Crimes no Canil Municipal de Lisboa
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